«Somos chamados ao trabalho desde a nossa criação. Ajudar "pessoas em situação de pobreza", deve ser sempre um remédio provisório. O verdadeiro objectivo deveria ser sempre consentir-lhes uma vida digna através do trabalho» Laudato Si: página 88.

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Último fôlego no Réveillon 2017 na Entrada Novo Ano Vicentino!


No virar do último dia do ano no calendário Gregoriano (adotado pelo Papa Gregório XIII a 24 de fevereiro 1582), pela bula Inter-gravíssimas, veio substituir o calendário Juliano implementado por Júlio César em 46 a.C., vamos celebrar a que chamamos o “Réveillon”, no verbo significa “despertar”, queria convidar-vos a fazer uma retrospetiva do ano 2017 que passou e que pode ajudar-nos fazer uma reflexão mais séria, para o nosso “despertar” às ações vicentinas de um novo ano agora que se inicia.
Analisemos o Ano 2017:
«Ser Líder» - Como analisamos a nossa capacidade de liderar um grupo de confrades/vicentinos, na Regra é-nos pedidos no Compromisso exemplos; dedicação, saber ouvir, aconselhamento, dar respostas. O que nos anima a colocar sempre dois passos à frente do grupo de vicentinos de distância que lideramos? Daremos esse testemunho de ação vicentina de sermos os primeiros ao serviço como servos!...
«Reuniões» - Como analisamos, as reuniões de Conferência será que somos assíduos e que participamos ativamente disponibilizando-nos ao “Sim” ou colocamos o nosso “Não” a tudo que nos é solicitado, qual a importância dada neste sentido!...
«Carisma» - Faz sentido, na nossa Missão junto dos nossos melhores-amigos chamamos à nossa sede por sistema e/ou vamos fazer a nossa visita domiciliaria, que importância tem para o vicentino a forma que S. Vicente de Paulo e Frederico Ozanam nos deixou como um dos principios do vicentino!...
«Evangelizar» - Que modo nos apressamos aperfeiçoar a nossa Fé, quando nos é facilitado anunciar e deixar a nossa marca de Cristãos, convidando os nossos-amigos a assistirem à Eucaristia, dizendo que está lá, a presença de Jesus. Não será talvez a forma mais fácil de manifestação de fé que temos com eles deixar um convite!...
«Nossa Voz» -  Como participamos nos encontros programados dos conselhos com a nossa opinião e sentido critico, denunciando no necessário, colaborando também com a entidades do estado; (JF, CM, SCML-P, Cáritas) e também com a Igreja, porque temos demasiado receios expor as necessidades no sentido que os mais idosos continuam a não ter um lar onde passar os seus tempos, que (só Deus sabe por quanto tempo), analisando com todos incluindo a igreja, que ainda existem muitos imoveis disponíveis poderem ser utilizados!...
Será que o nosso silêncio é mais forte que a nossa palavra, será que a nossa palavra é menos forte por quem não tem voz! Será que nos sentimos comprometidos?...

«Dar e Receber» - Por fim partilhando algumas frases deixadas do Presidente C. G. I., o confrade Renato Lima, na sua visita a Portugal, deixou-nos alguns pedidos e recomendações por sua natureza nos pode ajudar nesta reflexão de fim ano, na primeira reunião de conferência. 


Pedidos:

1 – Rezem bastante pela canonização de Ozanam e integrantes da direção do CGI;
2 – Mantenham a unidade dentro da SSVP; e
3 – Sejam sempre muito generosos nas coletas, doações, apelos e campanhas desenvolvidas pelos Conselhos.

Recomendações: 

1 – Tenham uma vida espiritual plena, com a participação da Santa Missa e sacramentos;
2 – Participem ativamente dos eventos vicentinos, promovidas pelas Conferências e pelos Conselhos;
3 – Abram espaços para os jovens e convidem-nos a entrar “numa altura que saem do ensino da catequese e sem grupos onde participar”, demonstrando compromisso com a renovação;
4 – Sigam fielmente a Regra da SSVP, mesmo com todas as imperfeições nela contidas;
5 – Evitem conflitos, vaidade e intrigas, pois esses afastam-nos de Deus;
6 – Defendam os valores da família e do Evangelho, especialmente no momento da visita domiciliária; e
7 – Foquem as vossas energias no que realmente interessa: a promoção dos mais necessitados e a nossa santificação pessoas



BOM ANO NOVO-2018

Fernando Teixeira








dois mil e dezassete 

sábado, 9 de dezembro de 2017

Festa regulamentar 8 Dezembro - Avintes

Em dia de “Solenidade da Imaculada Conceição” recordemos alguns passos como foi instituída a SSVP - 08 dezembro 1835 sobre a protecção da Virgem Maria.

A Virgem Maria foi escolhida sobre proposta como Protetora da Sociedade São Vicente Paulo por Frederico Ozanam em reunião a 4 fevereiro de 1834, sendo acrescentada as três Ave Marias. Na mesma altura sob a presença de outro confrade Le Prevost ter proposto que a SSVP ficasse colocada como Patrono São Vicente de Paulo. As propostas foram aceites.
Estava batizada a Sociedade.

A partir daí a Sociedade ganha a força necessária espiritualmente, para que a assistência aos pobres dessa continuidade do seu caminho. No entanto na Sociedade Vicentina ganha mais adeptos entre elas aparece uma Filha da Caridade que foi o braço direito da SSVP. Como podemos dizer “atrás de um grande homem existe sempre uma grande mulher”. Foi: “Rosália Rendu” uma Filha da Caridade que bebendo do espirito dos fundadores Lazaristas e das Filhas da Caridade, tornando-se um braço direito de Ozanam quando surge a Sociedade S. Vicente Paulo, a quem lhe são pedidos alguns apoios para a obra, fornecendo o primeiro modelo chamadas “senhas” que serviam para recolha de alimentos.

Em boa verdade e antes da existência da Sociedade São Vicente de Paulo propriamente dita, existiu no seio de alguns estudantes universitários em Paris, a qual fazia parte alguns companheiros de Ozanam, a chamada Conferência da História que servia como formação intelectual entre os jovens universitários. Ozanam decidido, inquieto vai organizando no seio da conferência e depois de algumas reuniões havidas entre os seus amigos, “alguns de uma ala de pensamento diferente” de Ozanam a 23 de Abril de 1833 surge a reunião dando os primeiros passos na criação da primeira Conferência da Caridade no número 8 de Rue du Petit Bourbon de Sant-Sulpice. A fundação da Sociedade de São Vicente de Paulo-SSVP é constituída em uma sociedade dedicada à pratica de caridade e oficialmente reconhecida a 8 de dezembro 1835. Na constituição da SSVP, havendo nessa altura já formadas 4 Conferências de Paris e a Conferência de Nimes e constituídas, fazendo parte seis a sete jovens que participavam na Conferência de História, entre outros mais tarde: Emmanuell Bailly, Paul Lamache, François Lallier, Le Taillandier, Jules Davarix, Felix Clave e Frederico Ozanam, começam a dar corpo pela seu carisma de pensamento em SVP, surge então a Sociedade de São Vicente de Paulo, constituída como Sociedade, uma Instituição sem fins lucrativas, o seu único meio de receitas eram as contribuições entre os membros e outros donativos recebidos na altura e no seio de familiares dos membros, alguns certa forma abastados, os seus membros dedicavam o seu tempo à beneficência na praticar da Caridade. 

Como sabemos nesta altura em período de guerra napoleónica a obra teve inicio como «um dos fundadores da SSVP, guia e modelo. É reconhecido que realmente o seu mentor que deu corpo à obra foi depois mais tarde reconhecido como fundador da Sociedade o confrade Frederico Ozanam, que em reunião em conjunto com Emmanuel Bailly como Presidente Geral da Sociedade iria ser escolhido como vice-presidente Le Prevost. 
    
Assim todos os anos como tradição a SSVP em Solenidade da Imaculada Conceição dedicamos minutos em especial à nossa Mãe do Ceu e nossa Protetora em todo o mundo em momentos de vigília em oração e da Eucaristia, os vicentinos reúnem-se neste dia renovam o seu compromisso e outros fazem-no pela primeira vez..

Hoje todos os vicentinos reconhecem que a sociedade (reunião de pessoas unidas pelas suas ideias comuns) não foi obra só de um homem, mas de um conjunto de jovens estudantes pelo menos seis, que deram corpo à sociedade espalhada pelo mundo. 
O vicentino faz o seu caminho ao serviço de Deus e dos Pobres dentro do um compromisso assumido, «Prometo observar fielmente o espirito e os preceitos da Regra da sociedade de São Vicente de Paulo e procurarei dedicar-me ao serviço do próximo, nele vendo sempre o próprio Cristo, segundo os exemplos de Vicente de Paulo e de Frederico Ozanam. Assim Deus me ajude», principalmente na sua comunidade local que é principalmente a sua paróquia, inseridos na Pastoral da Caridade. Uma Conferência pode ser fundada em qualquer lugar que o justifique; Exemplo: comunidade de ciganos, bairro e/ou num grupo de organizado numa fabrica. No entanto deve prestar o serviço na sua comunidade onde são mais conhecidos e por uma questão, também de descentralizada de serviços e meios. Uma Conferência não se deve fechar sobre si mesmo, mas abrir horizontes e em Ir ao encontro dos que têm mais necessidade vendo sempre neles os nossos melhores e mais chegados amigos.
Uma associação como a nossa, é composta de homens, homens que tentam ser melhores, mas não são perfeitos “somos todos pecadores”, mas também, á que saber entender que uma sociedade civil pode não ser só formada por capitais financeiros, mas pode ter e tem, muitos validos, capitais humanos. Falíveis é certo, mas contribuem com o seu valor humano e vão dando corpo e alma à Sociedade Vicentina. 

Depois da solenidade à Virgem Maria ocorrida dias atrás, é tempo de podermos refletir numa altura que se aproxima o Natal, mas também um tempo de reflexão para o novo ano que se aproxima, “é já ao virar da esquina” e pensemos assim:
«Aparecer é diferente de fazer-se presente» e há quem faça sacrifícios da família do seu meio comunitário está presente, mas, não consegue pensar sempre no seu “silêncio”, que mexe com os Afetos de quem faz o esforço. Uma comunidade de família se mede pela sua capacidade do compromisso e todos nunca somos demais para fazer o que ainda não foi feito. Deixemo-nos de pensar demasia no capital financeiro “perdemos demasiado tempo, um dia cá o deixamos e que não seja a falta dele, que impeça fazer ainda muita coisa por fazer, apostemos no capital humano que temos em nós.  
Termino com um pensamento que nos deixou como mensagem pelo nosso bispo do Porto D. António F. dos Santos e um vicentino também:


«Sejamos audazes, criativos e decididos. Sobretudo onde estiverem em causa os frágeis, os pobres e os que sofrem. Os pobres (os melhores-amigos) não podem esperar» 

terça-feira, 21 de novembro de 2017

EMPATIA ENTRE O PIANO E O VIOLINO

Existe uma empatia entre o piano e o violino, pois ambos são instrumentos musicais que tem o objectivo de produzir musica.
Ora a empatia significa a capacidade psicológica para sentir o que outra pessoa sentiria, procuram ajudar uns aos outros, podemos dizer que o ser simpático é ter afinidades identificando-se com o próximo. colocar-se no lugar do outro.
Então podemos dizer, do mesmo modo se o piano e o violino se identificam pelos sons que produzem um vicentino pode saber tocar esses acordes musicais da mesma forma na sua missão de serviço.
Ora um vicentino pode e deve ter essa capacidade de ter essa perceção de empatia mesmo que seja à distancia.
Um vicentino por formação cristã e por ter fé em Deus, deve procurar viver a sua vida com empatia, diria ser simplesmente simples.
Para podermos ter respostas a esta interrogação podemos pensar ainda melhor como S.V.Paulo entendia sobre a simplicidade:

A virtude da Simplicidade educa-nos na capacidade de desenvolver os valores da verdade, da sinceridade, da transparência. Viver plenamente a simplicidade nos ajudará a evitar ser falso uns com os outros e muito menos com um povo; por estas virtudes somos chamados a ser simples, a dizer as coisas como são, sempre com sinceridade em relação à outra pessoa.
Diante dos desafios que o pluralismo de ideia e de valores e contravalores que a sociedade capitalista nos impõe, precisamos ficar mais atentos em relação à nossa postura junto ao povo e o cultivo de valores que não são transitórios, mas base para a vida com dignidade. O povo ao qual procuramos evangelizar se aproximará de nós mediante nossa postura diante dele. A simplicidade impregnada em nossos atos possibilitará essa pedagogia de aproximação do povo mais simples a nós e vice-versa.
Já SVPaulo definia na sua vivencia a importância desta virtude e dizia que: “A simplicidade é a virtude que mais amo, eu a chamo de meu evangelho”

Também o nosso presidente geral internacional nos deixaria algumas recomendações a quando a sua visita em Portugal no ano 2016 que acho ser oportuna. Dizia:
  1. Sigam fielmente a Regra mesmo com todas as “imperfeições” nela contidas. 
  2. Evitem conflitos, ou interesse individuais, vaidades e intrigas pois essas afastam-nos de Deus.
  3. Defendam os valores da família e do evangelho, especialmente no momento da vida domiciliária. 
  4. Foquem as energias no que realmente interessa: a promoção dos mais necessitados e na sua santificação. 
Acrescento pela vivência durante estes anos antes e agora, para se conhecer e saber lidar com a pessoa é preciso ouvir essencialmente de quem se queixa da vida, dela que não têm culpa.
Eu pessoalmente tive uma experiência única, nunca me esquece e por ventura marcou as minhas escolhas. Um presidente incumbiu-me de fazer uma visita ao “Carlinhos da Sé” a minha visita foi de uma vivência e de uma utilidade para mim que hoje tenho insistido com outros vicentinos: é necessário a visita ao domicilio, é necessário criar empatia com outro em saber ouvir para dar respostas com aos seus problemas... Ouvir... Do Carolinhos ouvi, hoje posso dizer que nunca sou agressivo nem inconveniente, ouço as pessoas com os afectos que eles merecem, o respeito.  A minha escuta foi o resultado da empatia criada com o Carlinhos sentindo nele o aconchego de choro, de lágrimas de quem o escutou, respeitando as diferenças.
A vida é feita de dificuldades, mas nada é insuperável desde que disponhamos a ouvir, comentar e depois da critica, darmos alternativas, pois como diz o presidente Renato Lima; devemos aceitar mesmo com as imperfeiçoes pois tudo é contruído na base do dialogo, com ideias. Façamos render os dons de talentos que tenhamos e não façamos como fez o mau servo, enterrando um talento, com medo de poder render o dobro. (S.Mateus 25,14-30).
assim seja.

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Dia Mundial dos Pobres


Dia Mundial dos Pobres
19 novembro de 2017

O Papa Francisco celebrará no dia 19 de novembro o 1.º dia Mundial dos Pobres, instituído com a Carta Apostólica «Misericórdia et Misera» na conclusão do Jubileu da Misericórdia.
Conforme a “publicação do desdobrável e retirado do BP mês de julho facultado”, Santo Padre aponta-nos alguns caminhos concretos de apostólicas na Caridade. Entre eles o exemplo de S. Francisco de Assis com simplicidade e amor serviu os pobres e seguido por tantos homens e mulheres pelo mundo.
Nos dias de hoje a pobreza continua a bater às portas de tantas famílias, pela crise económica que mundo atravessa, muitas vezes por falta de empregos inibe o espirito de iniciativas de dificuldades de encontrar trabalho, a exemplo do que nos dizia – Todos os pobres – como gostava de dizer o beato Paulo VI – pertencem à Igreja por direito.
Diz Papa Francisco, nos termos do Jubileu da Misericórdia, convida a Igreja inteira, os homens e mulheres de boa vontade a fixar o olhar e neste dia todos os que nos estendem as suas mãos a pedir ajuda, a nossa solidariedade e a todos independentemente da sua pertença religiosa se abram à partilha.
Na semana anterior ao Dia Mundial dos Pobres – que este ano será dia 19 novembro, as comunidades cristãs, criem “momentos encontro e amizade de solidariedade e ajuda” concreta.
Poderão convidar os pobres e os voluntários participarem junto na eucaristia deste domingo a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo.







quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Dia SSVP 29 outubro no CZGN.

Dia 29 de outubro  o Conselho Zona Gaia Norte, realiza Assembleia Celebrativa e regulamentar Dia da SSVP, vivendo o carisma de São Vicente de Paulo à 400 anos em Fundeville-França e 300 anos através dos primeiros padres da Congregação da Missão em Portugal.
Caro confrades e vicentinos do C.Z.G.N.-Portugal venha participar numa tarde alegre e convívio com os jovens vicentinos.
A direcção falará 5 minutos e dará a palavra aos jovens, aos presentes.




terça-feira, 3 de outubro de 2017

José Joaquim “Sena de Freitas”.

1.º Presidente da Conferência São Luis de Paris-Lisboa

«SENA DE FREITAS» “Padre Vicentino”

Cardeal Patriarca de Lisboa numa deslocação a Felgueiras, norte de país, aborda Padre Sena de Freitas. A casa das Artes de Felgueiras recebeu numa sexta-feira D. Manuel Clemente, Cardeal Patriarca de Lisboa, em conferencia de imprensa intitulada “Padre Sena de Freitas, uma figura da Igreja”.
Sena de Freitas, autor uma vasta e multifacetada obra, abrangendo as áreas da teologia, da filosofia, da pedagogia, da literatura e critica literárias, do jornalismo, da politica e da parenética, arguto e especial atenção à história da sociedade portuguesa, excelente orador no «Portugal Contemporâneo» de oitocentos e inícios do Século XX.
Expresso Felgueiras; 07-2016

- Sena de Freitas, de nome completo, José Joaquim Sena de Freitas, nasceu em Vila Franca do Campo, Ponta Delgada, na Ilha de S. Miguel, no dia 21 de Julho de 1840. Filho do historiador Bernardino José de Sena de Freitas e da Maria José de Brito Mascarenhas que faleceu cedo, deixando José Joaquim com três anos apenas sem os cuidados e aconchego maternos, o que terá influenciado o pequeno Sena de Freitas no seu temperamento que se tornou inquieto, ansioso, rebelde até.
Mas logo de pequeno revelou, já na escola, forte personalidade, grande inteligência e ousadia de opinião. Como também logo cedo revelou forte inclinação para a religião, tendo-se tornado, por vontade própria, Menino do Coro da Igreja local, organizando na Ermida de Nª. Sª.  da Vitória, tendo especial satisfação em tocar o sino da Igreja.
Em Santarém fez os seus estudos secundários que veio a concluir no Seminário de Coimbra em 1858, tendo seguido para Paris, aí se instalando em São Lázaro, Casa da Congregação da Missão, fundada por são Vicente de Paulo em cuja mística se deixou mergulhar. Aí concluiu o seu curso de Teologia, tendo feito votos em 1862, embarcando para o Brasil em 1865, onde missionou. Professor em Santa Quitéria, já em Portugal (1878), mas frequentemente doente e sem facilidade de adaptação a uma vida de comunidade, várias vezes pediu demissão de votos, embora tenha ficado sempre em ótimas relações com a Congregação cujo provincial muito o apreciava.
Em Portugal, como professor de um colégio na Estefânia, celebrava missa em Arroios, instalando-se sempre, nas terras por onde peregrinava, nas casas dos Lazaristas. Sena de Freitas, escreveu várias obras do que cita alguns: - O milagre e a critica moderna – No presbitério em no tempo, 2 volumes – Evangelho segundo Renan – Tenda do mestre Luvas (romance) – A carta e o homem da carta – O sacerdócio eterno – A palavra do semeador, 3 volumes – Conversa sobre patriotismo hodierno – discursos – A religião em face da política –
Orações fúnebres: - a José Bonifácio; - a D. Luís I; - ao Conde de São Salvador de Matosinhos.
Também escritos com o titulo: A Alta Educação do Clero; podem consultar os escritos em: http://www.nch.pt/biblioteca-virtual/bol-nch14/n14-20.html com prefácio de D. Manuel Clemente, Cardeal patriarca de Lisboa.
Embora dado às letras, chegara à conclusão que a Caridade estava à frente e acima das letras em que, aliás, fulgurantemente se impunha. Por isso a sua paixão pela mística vicentina. Sena de Freitas nas suas viagens por paris, Londres e aos sertões do Brasil, muitas vezes era um incómodo para Portugal. Não parava. Um dia em Lisboa, outro no Minho. Subia aos paços Episcopais, falava a banqueiros e empresários, a operários ou estudantes. Ora se era aceite, sorria ora se não era aceite insistia nos seus projetos.
Como Vicentino é assim que entra encena e durante as suas viagens e peregrino em missão como padre Lazarista, Sena de Freitas percorreu o País sobretudo no norte, em que não perdeu oportunidade de divulgar o espirito vicentino, nessa zona do País a que tornou mais sensível as gentes cristãs dessas terras.
Ainda em 1859, Sena de Freitas, junto do Padre Miel, trabalhou pela fundação da 1.ª Conferência de São Vicente de Paulo em Portugal – a Conferência de São Luis, Rei de França, fundada em Lisboa; colaborou com o engenheiro Barros Gomes na tradução do velho Manuel da SSVP-sociedade de São Vicente de Paulo.
Em 1877, passando por Braga, aí fundou uma Conferência (a 3.ª em Portugal).
Em 1879, após uma reunião no palacete da Condessa de Azevedo, com 300 presenças, falou de tal maneira sobre a vocação e missão da Sociedade S. Vicente de Paulo, que logo foi fundada no Porto a Conferência da Imaculada Conceição; em Santo Ildefonso a 4.ª Conferência em Portugal.
Em Guimarães, foi violentamente atacado por gente de feição maçónica, porque efetuara uma sessão no palacete do Conde de Vila Pouca e não numa Igreja. Retorquiu que faria a reunião em qualquer espaço, ainda que um barracão, se tivesse iguais dimensões.
Em 1880, passando por Penafiel, aí fundou a Conferência de Nossa Senhora do rosário e, seguindo até Coimbra, nesse mesmo ano, iria fazer nascer aí a Conferência Académica.
Aí começou por procurar D. Manuel Correia de Bastos Pina, o Arcebispo-Conde, que se entusiasmou com a fundação de uma Conferência vicentina para a qual se propôs como Presidente. Sena, compreendeu que o bondoso prelado desconhecia o caráter leigo da sociedade. Abordou então o catedrático Dr. Lino, seu amigo e falou ainda com o seu velho amigo Almeida Silvano, futuro professor do seminário de Lamego.
E numa sala do Palácio dos Coutinhos falou aos estudantes. Assim fundou a 1.ª Conferência Académica.
Ainda em 1844, contribuiu para a instituição em Lisboa do primeiro Conselho Particular da Sociedade em Portugal.  
Modelo vicentino, sem dúvida, porque o seu espírito vicentino motivou inúmeras vocações e adesões à Sociedade S. Vicente de Paulo.
Mas doente, perseguido pelas suas ideias, muito sofreu no Brasil, onde morreu em 1913.
Sofreu muito, lotou muito. Escreveu e trabalhou muito. Serviu muito. Amou muito.
Quando morreu tinha acabado de escrever as palavras – “Jesus Cristo”, esse Jesus simples, sem coroa, apenas servidor e amante dos pobres, como o de S. Vicente Paulo. Sena de Freitas, mais tarde, foi justamente e publicamente apreciado. Não só na Congregação dos Provinciais pelos Superiores, pela própria Igreja em que chegou a ser Cónego da Sé Patriarcal de Lisboa, como várias cartas e artigos a eles se referiram elogiosamente, em 19 de Dezembro de 1921, sido promovido pela Juventude Católica uma homenagem à memória do padre Sena de Freitas.
Finalmente, em 26 de Julho de 1968, foi elevado em Ponta Delgada, no jardim com o seu nome, uma estátua a este ilustre polígrafo açoriano.
José Joaquim Sena de Freitas, sem dúvidas modelo vicentino, imitado e seguido por tantos, sobretudo pelos que vieram a formar as Conferências de São Vicente de Paulo, que fundou, fez fundar, cuja o espírito vicentino propagador em Portugal, espírito até então desconhecido. 

Padre Sena de Freitas

Francisco Coutinho - Conde de Aljezur

Conde de Aljezur, fundador da SSVP no Brasil e em Portugal

A formidável história de vida do Conde de Aljezur e a importância dele para a SSVP do Brasil e de Portugal

Confrade Renato Lima (*)

Na caminhada vicentina, jamais podemos nos esquecer do legado deixado pelos fundadores da Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP). Em 1833, em Paris (França), aqueles pioneiros – Ozanam, Bailly, Clavé, Devaux, Le Taillandier, Lallier e Lamache – receberam a inspiração divina de fundar essa obra maravilhosa, que vem produzindo incontáveis frutos de caridade, de conversão e de evangelização pelo mundo, até aos nossos dias.
Da mesma maneira, nos diversos países, devemos sempre fazer um resgate histórico, buscando identificar os primórdios da SSVP. No caso do Brasil e de Portugal, uma figura humana se sobressai: Francisco de Lemos de Faria Pereira Coutinho, mais conhecido como Conde de Aljezur. Vamos conhecer um pouco da história desse importante confrade, responsável pela fundação da Sociedade no Brasil e em Portugal. Um homem escolhido por Deus para espalhar o carisma vicentino em terras lusitanas e brasileiras.
Francisco Coutinho nasceu em 12 de setembro de 1820, na cidade do Rio de Janeiro (Brasil). Àquela altura, o país ainda não era uma nação independente (o que só aconteceria em 7 de setembro de 1822), e, portanto, Francisco Coutinho era cidadão português, nascido na então colônia Brasil. No dia 3 de junho de 1845, em Portugal, com 25 anos de idade, ele se casou com Maria Rita de Noronha (ela nascera na cidade de Tavira, em Portugal, em 21 de janeiro de 1826). O casal não teve filhos. 
Em 15 de setembro de 1858, por meio de decreto, o rei de Portugal, Dom Pedro V, concedeu o título de Viscondessa de Aljezur à senhora Maria Rita, e na mesma data, estendeu o título a Francisco Coutinho, que adotou a designação de Visconde de Aljezur. No Brasil, o imperador Dom Pedro II confirmou o título de visconde a Coutinho, por meio de portaria de 23 de dezembro de 1858. Mais tarde, em 10 de abril de 1878, Francisco Coutinho teve o título de visconde elevado à categoria de conde, em ambos os países. Como se percebe, ele detinha os mesmos títulos de nobreza, tanto em Portugal como no Brasil. 
Na concessão de títulos, os reis e imperadores escolhem nomes aleatórios, geralmente vilas, cidades ou acidentes geográficos (como lagos, rios, montanhas, vales e serras). Assim, a palavra “Aljezur” em Portugal tem duas origens: é uma pequena vila, na região do Algarve, atualmente com 6.000 habitantes; e é também nome de um rio (ou ribeira) que nasce na Serra de Monchique e deságua no Oceano Atlântico, na bela Praia da Amoreira. Dom Pedro V escolheu “Viscondessa de Aljezur” (para Dona Maria) e “Visconde de Aljezur” (para Francisco Coutinho) por mera liberalidade, sem nenhuma razão específica. “Aljezur” é uma palavra de origem árabe e significa “ilhas” (al jazair). “Al jazira” é o singular (“a ilha”). Em espanhol, “aljezur” pode ser traduzido como “Algeciras”. Do mesmo radical, surgiu a palavra Argélia.
Francisco Coutinho era funcionário da Coroa e servia ao Império do Brasil, desempenhando inúmeras funções, encargos e missões. Ele comandou, por exemplo, o 7º Corpo de Cavalaria da então Província do Rio de Janeiro, sediada na Vila de Iguaçu, região que hoje conhecemos como município de Nova Iguaçu. Ele também foi fidalgo de Dona Maria Leopoldina (Imperatriz do Brasil, a primeira esposa de Dom Pedro I), responsável contábil de Dona Amélia Augusta Eugênia Napoleona de Beauharnais (Imperatriz do Brasil, a segunda esposa de Dom Pedro I), e assessor direto do imperador Pedro II, chegando a acompanhá-lo até no exílio em Portugal, após a proclamação da República (em 15 de novembro de 1889). Coutinho foi companheiro inseparável de Dom Pedro II, sendo-lhe leal até a morte do monarca, em 1891. Depois, regressou ao Brasil e foi viver em Petrópolis, onde já havia se estabelecido durante o reinado de sua majestade imperial, Dom Pedro II.
No aspecto vicentino, Francisco Coutinho foi um dos fundadores (e 1º Vice-presidente) da Conferência “São Luís Rei de França”, da Igreja de São Luís dos Franceses, em Lisboa (Portugal), fundada em 31 de outubro de 1859, juntamente com o padre Joaquim José Sena de Freitas (CM), padre Emílio Eugênio Miel (CM), Conde de Samodães e outros. Ele também colaborou com o confrade francês M. Thiberge na fundação da Conferência “São Pedro”, a segunda em terras portuguesas, no Funchal (Madeira), em 1875. Francisco foi vice-presidente do Conselho Superior de Portugal, tendo ação de grande relevância.
No Brasil, juntamente com outros confrades (Pedro Fortes Marcondes Jobim, secretário, e Antônio Secioso Moreira de Sá, tesoureiro), fundou, em 4 de agosto de 1872, a Conferência “São José”, sendo o Visconde de Aljezur eleito o primeiro presidente de uma Conferência Vicentina em terras brasileiras. Vale ressaltar que, no momento da fundação da Conferência “São José”, o confrade Francisco de Lemos de Faria Pereira Coutinho detinha o título de “visconde” (pois o grau de conde só lhe fora concedido em 1878, como já mencionado).
Após a morte de Dona Maria Rita, Francisco Coutinho contraiu novas núpcias, desta vez com Ana Carolina de Saldanha da Gama, nascida em 1º de agosto de 1834, no Rio de Janeiro. O casal não deixou descendentes. Francisco Coutinho possuía, também, inúmeras comendas, como a Ordem Sueca da Estrela Polar, Ordem de Cristo (no Brasil) e Ordem de São Gregório (na Itália). Uma curiosidade: em 12 de agosto de 1903, foi inaugurada a Estação Aljezur, em Nova Iguaçu (RJ), integrante da Linha Auxiliar da Estrada de Ferro Central do Brasil, em homenagem ao conde que possuía terras naquela localidade. Lamentavelmente, a Estação Aljezur encontra-se, desde 1996, abandonada, ocasião em que a referida linha férrea foi desativada.
O Conde de Aljezur, homem brilhante de dois continentes (América e Europa) e de duas nações irmãs (Brasil e Portugal), faleceu em 2 de abril de 1909, em Petrópolis, Estado do Rio de Janeiro (Brasil), aos 99 anos de vida. Empregou toda a sua existência no exercício da caridade cristã. Peçamos a Deus pela alma deste memorável confrade, que fundou a SSVP em Portugal e no Brasil. Só podemos projetar o futuro se conhecermos o passado e se soubermos valorizar os nossos antepassados, desbravadores da história, que abriram as portas para a existência da Sociedade de São Vicente de Paulo pelo mundo. Que a memória, vida e biografia do confrade Francisco Coutinho seja amplamente difundida no seio da SSVP e da Família Vicentina!

(*) Renato Lima de Oliveira é o 16º Presidente Geral da SSVP (2016/2022).


domingo, 20 de agosto de 2017

Deus está no nosso meio!

Já ouviu esta frase e já pensou nela?
«Quando estiveram um ou três reunidos em meu nome, eu estarei no meio deles. Mateus.18:22.»
Hábito que se foi perdendo aos longos dos tempos em nossa casa!


Caro vicentino do Conselho de Zona de Gaia Norte:
Deixo um convite a todos: um dia quando tiverem que resolver um problema de uma família, de uma pessoa que viva na rua, não fuja deles, tente ajudá-los.
Se tiver alguma dificuldade ao fazer visita a um nosso irmão desprotegido, entre numa igreja, sente-se, supira fundo e conta-lhe da tua dificuldade na resolução do problema.
O teu Grande Amigo; Jesus Cristo, te dirá como proceder. Não tenhas pressa se não te disser na altura, aguarda.

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Acolher a Palavra de Deus e conservar o ardor da caridade

7
Acolher a Palavra de Deus e
conservar o ardor da caridade

Uma das mais bonitas intenções da “Oração Universal” na Santa Missa é quando rogamos ao Pai Celestial para que “saibamos acolher a Palavra de deus, assim como fez a Virgem Maria e, como Ela, conservamos o ardor da caridade”. Nossa Senhora, exemplo incontestável para os cristãos, é modelo de santidade e de amor de Deus. Devemos ser como Ela, que nos ensinou a viver a Palavra e a praticar a caridade com os que viviam em situação de pobreza material e espiritual.
     
“Acolher a Palavra de Deus”, para nós vicentinos, é muito mais que simplesmente ler passagens bíblicas ou o Evangelho do domingo na residência dos assistidos. Significa entronizar, nos nossos corações e sentidos, o real amor de Cristo pela humanidade, na busca das virtudes essenciais para a vida em comunidade, como a simplicidade, a humildade e a generosidade. Acolher a Palavra é mais que levar a Bíblia debaixo do braço; é vivenciar cada alerta ou recomendação de Jesus no sentido de construir um mundo justo e solidário.

“Conservar o ardor da caridade”, assim como fez Maria Santíssima, é outro comendo expresso de Jesus, direcionado especialmente para todos nós, vicentinos. Não podemos jamais perder a esperança e o ardor na caridade, pois só assim mais perder a esperança e o ardor na caridade, pois só assim iremos atingir nossos objectivos maiores: a promoção dos socorridos e a santificação de todos os confrades e consorcias. Não há como negligenciar nesse quesito: ou somos caridosos nas 24 horas do dia, ou fingimos que somos cristãos.

O pedido da Igreja para que os fieis acolham a Palavra de Deus e conservem o ardor da caridade é, acima de tudo, um pedido divino. Deus mesmo, que amou tanto o mundo, pede-nos que façamos igualmente, em nome d’Ele, por meio da vivência do evangelho e da caridade. É impossível “acolher a Palavra” e não se entregar inteiramente à prática da caridade. Como nos falou São Tiago: “Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma” (Tg 2,17).
     
É por isso que há plena conexão entre “fé” e “caridade”. Sem essa relação, a fé, sozinha, padece de prática efectiva para se manifestar; assim como a caridade, por si só, sofre de falta de conteúdo para se materializar. Em outras palavras, a fé sem obras é equivalente a um “egoísmo espiritual” e a caridade sem fé se reduz a mero “ativismo social”.  Em nenhuma hipótese, como filhos de Deus, batizados e missionários, podemos perder o ardor da caridade nem descuidar da vivência da Palavra, sob pena de deixamos de ser o que somos.
    
Por isso, nós, vicentinos, não podemos nos descuidar da nossa vida espiritual, para que nossos atos de caridade sejam sempre cheios de profundidade evangélica e força interior para modificar a situação tão excludente na sociedade. Se tivéssemos bastante fé, poderíamos mudar o mundo (“Se tiverdes fé do tamanho de uma semente de mostarda…”), como nos recordou Cristo em várias ocasiões (Lc 17,6). Fé e caridade andam de mãos dadas e com elas é possível buscar o Reino de Deus entre nós.  
   
Participar da santa missa dominical, frequentar retiros e horas santas, comparecer a eventos da espiritualidade promovidos pela Igreja ou pelos Conselhos Vicentinos, além da prática dos sacramentos e dos mandamentos, são actividades e posturas que constituem caminhos seguros para que o vicentino esteja sempre atualizado e preparado para os desafios que se apresentam no quotidiano da ação junto aos que sofrem. Sem esse combustível espiritual, a missão vicentina que empreendemos se enfraquece e morre. É isso que queremos?
 Crónicas vicentinas de; Renato Lima, Cgi

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Não amemos com palavras mas com obras!

«Não amemos com palavras, mas com obras»
«Do Papa Francisco»

      Graças ao Senhor, muitas pessoas se encontram com Fé viva por meio da SSVP. É para nós Sociedade, louvor a Deus a confirmação que o caminho que percorremos está certo.
      Amar o pobre é o mesmo que como se ama a Deus e através dele, protegemos os mais fracos e desprotegidos. Todos sabemos que a caridade de faz dia-a-dia, mesmo que façamos estes dias de férias vicentinas como lhe querem rotular ao descanso. Mas Deus sabe bem o que faz, como «fez a SVP», deu-nos as voltas e lá estivemos a apoiar uma pessoa que pelo seu aspeto fisicamente um calmeirão, na casa dos 40 anos, mas diminuído moralmente e fisicamente pois parece uma pessoa na casa dos 60. Diminuído moralmente; porque ele como desabafo deixou-me um Apelo: «por favor ligue-me pois não tem ninguém como quem falar…» Diminuído fisicamente; porque foi-lhe amputado uma perna e como tal sente-se diminuído, deprimido, sobre a falta de um membro e perante os olhares dos outros. Ele olha para nós não de frente, mas de cabisbaixo… 
      O Para Francisco irá celebrar no próximo dia 19 novembro, instituído pela Carta Apostólica «Misericórdia et Misera» o “1.º Dia Mundial do Pobre”. Esperamos que ao ser instituído este dia seja marcante para toda a Igreja onde fazemos parte, um marco histórico para todos os cristão e sociedade civil.
      A convite do Papa Francisco fez apelo para que guardemos esse dia dedicado inteiramente aos nossos pobres, com muitos momentos de oração, convívio, solidariedade e “ajuda concreta”.
      O Domingo é dia do Senhor, por isso guarda esse dia para a Amar a Deus não através dos Pobres, mas com os Pobres. Será aqui, que debato com estas poucas palavra como reflexão, deixo a todos.

«por favor ligue-me para ter com quem falar!»

      É com esta frase como reflexão, vamos pensar um pouco nesta frase e pô-la em Obras de Caridade, no dia-a-dia e que não nos passe ao lado estes apelos semelhantes. Temos reafirmado que nas Obras que praticamos como vicentinos é no caminho que fazemos ao lado do Pobres, na visita, no viver um pouco as suas dores, é pratica da caridade, que fazemos o que os outros não sabem fazer: é substituirmos o estado do seu lugar, que não têm capacidade de saber. Amar. Um governo é uma instituição de homens frios, sem coração, sem alma. Como podemos entregar as nossas almas dos nossos pobres a pessoas sem rosto, e frias que se escondem nos gabinetes!

      Por último reforço o apelo feito (vêr o BP páginas 2 ao 7), o apelo do Papa dirigida aos irmãos; bispos, aos sacerdotes, aos diáconos – que, por vocação, têm a missão de apoiar os pobres – às pessoas consagradas, às associações, aos movimentos e ao vasto mundo do voluntariado, peço que se «comprometam para que, com este Dia Mundial dos Pobres», se instaure uma tradição que seja contribuição concreta para a evangelização no mundo contemporâneo.  

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Cuidar do espírito e da nossa salvação

6
Cuidar do espírito e da nossa salvação

    A vida moderna é bastante agitada. Casa, trabalho, escola, contas a pagar, banco, reuniões, vizinhos, viagens, celular, parentes, facebook, televisão, computador, internet. São tantos afazeres e tantos atrativos, que às vezes pedimos a Deus que o dia tivesse umas 30 horas, pelo menos. Tudo muito corrido, superficial, descartável e efêmero; as aparências e os bens materiais tomam conta do cotidiano. Festas, bares, reuniões de amigos, carros, roupas…
        É evidente que a nossa existência deve ser plena em termos sociais e económicos; afinal, somos humanos e Deus nos deu uma vida cheia de oportunidades, ao nos conceder saúde, inteligência, disposição e criatividade. Mas, diante de tantos elementos que chamam a atenção do mundo, percebe-se que o tempo para as coisas divinas está cada vez menor. Por isso é tão difícil recrutar novos membros para as Conferências Vicentinas.
        Cuidamos do nosso físico (academias e parques lotados), do nosso intelecto (escolas, faculdades, mestrados), da nossa alimentação, vestuário, habitação, empregabilidade; mas será que temos dedicado tempo suficiente para Deus? Será que compartilhamos com os mais humildes os bens materiais que possuímos? Cuidamos da dimensão espiritual em nosso ser? Reservamos um tempo semanal para a caridade? Observando a sociedade civil que nos rodeia, percebemos que o tempo destinado aos assuntos religiosos, espirituais e santificados se reduz drasticamente a cada geração. A secularização (que ocorre quando a religião deixa de ser o aspeto cultural e agregação da sociedade) e os meios de comunicação contribuíram muito para que só temas sacros fossem substituídos pelo “politicamente correto”, sendo banalizados e tornados sem importância. Os valores da família, por exemplo, foram completamente destruídos e ai de alguém pensar diferente em relação à domesticação que contamina nossas mentes pelas telenovelas!  
        Ao tratar deste assunto, faz-se fundamental criar uma passagem bíblica em que Jesus nos ensina o que, de fato, deve ser o centro de nossas vidas. No Evangelho S. Lucas (capítulo 10, dos versículos 38,42), encontramos a visita de Jesus à casa de marta, que tinha uma irmã chamada Maria. Maria ficou sentada aos pés do mestre para ouvi-lo, enquanto Marta se distraía com as tarefas domésticas. Jesus, ao perceber as reclamações de Marta a respeito da irmã, disse: “Marta, Marta, está ansiosa e perturbada com muitas coisas. Mas uma coisa só é necessária e Mara escolheu a melhor parte, a qual não será tirada dela”.
        Assim como Marta, às vezes estamos tão preocupados co os afazeres diários que não percebemos a “visita do Senhor em nossas casas”, em nossos corações, em nossas vidas. Muitos nem notam ou sentem a presença Dele. Muitos não tem tempo para participar da missa ou receber os sacramentos. Muitos não colocam Deus como prioridade em sua caminhada. Muitos são ingratos com o Pai Celestial e não agradecem por tudo o que têm. Muitos se ocupam demasiadamente do trabalho, ficam estressados e precisam gastar verdadeiras fortunas com terapias e psicólogos.
        Noutro trecho das Escrituras (Mt 6,31-34), Jesus exorta à multidão. “Não vos inquieteis pelo dia de amanhã, porque o dia do amanhã cuidará de si mesmo. Mas buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça e todas essas coisas vos serão dadas”. Primeiro, deus e o espirito; depois, as demais coisas. Jesus nos ensinou o mais importante, isto é, ouvir e seguir as palavras do Salvador; depois, o restante. Lamentável é constatar que a sociedade contemporânea consegue encontrar tempo e atenção para tudo, menos para o Altíssimo. Cuidemos do espirito! Cuidemos da nossa salvação! Cuidemos dos Pobres do Senhor!  
                                                                                                                                 Crónicas vicentinas de; Renato Lima, Cgi

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Ser missionário, sempre com caridade

5
Ser missionário, sempre com caridade

      Durante o ano de 2014, o Conselho Nacional do Brasil (CNB) – nossos irmãos na caridade - da Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP) propôs que todos os vicentinos reflectissem sobre o tema “Missionários na Caridade”. Este assunto foi prioridade nas reuniões de Conferências e Conselhos naquele ano, nas leituras espirituais e nas capacitações que forem realizadas, tanto para vicentinos quanto para os assistidos.

      Essa proposta de reflexão aborda duas importantes vertentes do trabalho vicentino: o aspecto missionário e o aspecto caritativo. Ser caridoso e ser missionário são, na verdade, condições fundamentais para que os confrades e as consócias possam ser proclamados vicentinos e, assim, tenham a oportunidade de efectuar as visitas domiciliárias às pessoas humildes.
Não podemos misturar “missionários na caridade” com “missionários da caridade”. As duas preposições (“na” e “da”) podem soar como sinónimos, mas tem sentidos diferentes. Missionário da caridade transmite a ideia de que nós, vicentinos, somos “representantes da caridade" e para tal, na qualidade de missionários, desenvolvemos um papel social e espiritual. Contudo, missionários na caridade sinaliza um maior senso de pertencente, isto é, não somos meros representantes da caridade, mas estamos tão envolvidos mela que nos consideramos “dentro” dela. “Missionários na caridade” suscita empatia, participação, comunhão, compromisso e inserção.

      O espírito missionário move todos os confrades e consorcias para, inflamados pela caridade, deixarem o conforto de seus lares para se deslocarem, semanalmente, à reuniões das Conferências, às visitas e às celebrações na igreja. Esse primeiro passo, que pode parecer trivial para muitos, nem sempre é dado. Quantas pessoas nunca fizeram um ato de fraternidade, ou que não vão à santa missa apenas em baptizados ou funerais? Portanto, a primeira etapa da prática do “fogo missionário” começa no “levantar-se” e na disponibilidade de tempo e de talento para a causa vicentina.
Outro aspecto missionário que não pode ser esquecido tem a ver com a família. Se não defendermos a família “com unhas e dentes”, de nada vale ser missionário. Grande parte dos problemas existentes hoje na sociedade civil (violência, crimes, drogas, corrupção, materialismo, egoísmo etc) é oriunda da destruição da família. Combatemos essa tendência secular dotando o modelo da Sagrada Família (José, Maria e Jesus).

      Outro elemento fundamental para a prática do espírito missionário é saber evangelizar, não só levando a Palavra de Deus por meio da leitura dos Evangelhos nas visitas domiciliares, mas também por intermédio do testemunho vicentino. Os assistidos nos observam sempre e precisamos ser, para ele, exemplos de cristandade e de valores humanos.
Todas essas etapas só poderão ser efectivamente trilhadas se o fiel tiver, no coração, a caridade. A caridade é o que nos move. É ela que tudo perdoa e tudo suporta. Por ela, somos atraídos à obra de Cristo e ao amor fraterno para com os irmãos que sofrem. Sem ela, deixamos de ser “missionários” para sermos meros “activistas sociais”.

      Ser missionário na caridade é a dotar a mesma postura, fora ou dentro da SSVP, na hora da visita ou fora da visita; ou seja, é um estilo de vida que perpassa todas as dimensões do ser humano. Toda essa reflexão só terá êxito se houver também uma grande revitalização nas unidades vicentinas, com criatividade, caridade e espírito missionário.
                                                                                                                                 Crónicas vicentinas de; Renato Lima, Cgi

segunda-feira, 10 de julho de 2017

São Paulo, os vicentinos e os espinhos

4 
Há uma passagem bíblica que segue “indecifrada” até os dias de hoje. Tem a ver com o “espinho na carne” ao qual São Paulo se refere na 2ª Carta aos Coríntios. Ele assim se expressou: “E para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte. Por causa disto, três vezes pedi ao senhor que o afastasse de mim. Então, ele me disse: ‘A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na franqueza’. De boa vontade, pois, mais me gloriei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo” (II Cor 2,7-9).
Estudiosos da Bíblia afirmam que esse “espinho na carne” poderia ser tanto uma doença física quanto algo relacionado ao aspecto espiritual. De qualquer maneira, esse tal espinho era um incomodo na vida de Paulo; mesmo assim, apesar de ter pedido a Deus, por três vezes, que ficasse livre do sofrimento, ele aceitou aquela situação, entregando-o ao Senhor como prova de amor, obediência e fidelidade.
Para alguns, o espinho seria uma infecção recorrente dos olhos; para outros, a circuncisão (pois Paulo era judeu, mas havia se convertido a Cristo e precisava conviver com aquele símbolo judeu). A Bíblia não explica o que, em verdade, seria esse espinho. O que este trecho das Sagradas Escrituras tem a ver com o trabalho vicentino?
Na nossa caminhada, encontramos muitos espinhos, os quais, à vezes, podem atrapalhar nossos projectos e desejos. Vamos começar falando pelo “espinho da pobreza”, que deixa os assistidos em situação de fragilidade e vulnerabilidade. Como fazer para extirpar o 2espinho da pobreza” do seio da sociedade desigual em que vivemos? Oh espinho terrível de se combater! Como gostaríamos de exterminar esse espinho, mas temos que conviver com ele, amenizando, pelo menos, os efeitos desastrosos perante os que mais sofrem.
Outro “espinho da carne” que temos dentro da SSVP é a postura inadequada de certos dirigentes que se envaidecem com os cargos assumidos, como presidente de Obras Unida ou de conselho. Lamentável alguém pensar assim, pois na verdade somos meros instrumentos do senhor para que Ele, Deus, realize os prodígios por nossas mãos e talentos. Somos “servos inúteis” e não podemos ser presunçosos por nada que façamos, pois Jesus mesmo nos orientou: “Quando tiverdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei: “Somos servos inúteis, fizemos o que devíamos fazer” (Lucas 17,7-10).
Por fim, outro “espinho na carne” que acompanha os próprios vicentinos é a questão da indiferença e da acomodação que muitos têm em relação aos Pobres. Não podemos deixar que as visitas domiciliárias caiam na rotina e que nossa ação se restrinja à doação de bens materiais e gêneros alimentícios. Também não podemos ficar buscando desculpas por nossas faltas às reuniões e aos eventos vicentinos, pois isso nos enfraquece espiritualmente. A mortificação – uma das virtudes vicentinas – tem tudo a ver com essa incomodidade. Portanto, peçamos a Deus que mantenha esse espinho na nossa carne, para que nunca nos esqueçamos de que somos ferramentas Dele.
A nossa esperança reside na promessa de Deus para com os Pobres e para com aqueles que ajudam os Pobres: “Com equidade, Ele julgará os Pobres. Ele libertará o indigente que suplica e o Pobre ao qual ninguém quer ajudar “(Salmo 71). Deixamos algumas perguntas para reflexão na Conferência: Qual é o espinho que mais atrapalha no dia a dia da Sociedade de São Vicente de Paulo? É o espinho externo (ligado aos assistidos, como a miséria e a desigualdade) ou o interno (referente aos relacionamentos dentro das Conferências e Conselho)? Ou são os espinhos espirituais e físicos?    

Crónicas vicentinas de; Renato Lima, Cgi

sábado, 24 de junho de 2017

O que sou hoje como vicentino!

O que sou hoje como vicentino!
         
          No percurso do caminho como vicentino terei que recuar no tempo dos anos 60, na cidade do Porto, numa freguesia da Beira-Rio, de gentes que dedicava a sua vida a trabalhar como estivadores em carga e descargas de carvão, do bacalhau os Barcos Rebelos que descarregavam nos Cais da Ribeira, o Vinhos do Porto. Hoje os tempos são outros, outras vidas, hoje vive-se do turismo e de hotéis.

          Eu ainda jovem, recebi um convite para ir a uma reunião de vicentinos em São Nicolau, às terças-feiras. Lá fui nem sequer sabia em que me ia meter… Mas fui. Os meus primeiros passos como vicentino, aos 17 anos, foi passar a assistir a umas reuniões, depois pediram-me para fazer umas visitas a casa de pessoas “Os Pobres”.  Logo ensinaram-me que na missão de um vicentino nunca devia dizer a palavra “NÃO”, a não ser por motivos fortes pois ajudar os pobres, era servir a Deus através deles.

          Os meus primeiros trabalhos como vicentino, passou na marginal da Foz do Douro na recolha de roupas, mobiliário entre outras, para o Farrapeiro. Depois percorri as ruas da paroquia: - Mercadores, Reboleira, o Cais da Ribeira, Av. Gustavo Eiffel e o Bairro do Barredo. Nas minhas deslocações que fazia estava longe de pensar que para “Ser Vicentino” passava pelas visitas ao domicílio, pensava eu, que era uma intromissão nas suas vidas privadas, mas na caminhada percebi que o fazer a “Visita ao domicílio estava o “chamamento de Deus” no serviço ao pobre, ir “cheirar” a pobreza, estava ali a Caridade.
          Muitas vezes a Conferência (como era pobre) o nosso pároco, graças a Deus hoje ainda vivo, (nos deixava fazer um peditório num dos ofertórios de uma das missas) e com algumas ajudas lá conseguíamos orientar as contas que, quase sempre a zero. Nesse tempo, recordo que o nosso assistente espiritual, nos dizia com esta frase: «Que não seja por falta de dinheiro que deixemos de fazer a Caridade». Às minhas visitas, algumas vezes não levava nenhuma saca com alimentos, não havia nessa altura abundância, levava a minha visita como jovem, a conversa e sei que a partir de determinada altura senti, que já não dava ir a casa de um pobre sem levar alguma coisa para eles comerem, partilhar. Pensei então; tenho que levar alguma coisita comigo. Estávamos nos anos 60 ao visitar uma família senti um vazio que pairava no ar pois no atendimento quando cheguei, reparei que um deles ao aperceber-se que era eu, encolheu os seus ombros olhou para o chão a memorar baixinho consigo: para que vem chatear-me se não me trás nada… Sem me desmanchar cumprimentei-o e o senhor com boa educação lá me atendeu: bom dia com um sorriso forçado…

          Em contrapartida um dia deram-me a tarefa de visitar o “Carlinhos da Sé”, no Barredo, uma figura típica da cidade, um senhor que tinha uma doença genética, problema que hoje seria resolvido com uma operação e mudança de sexo. Bom, o agradável dessa visita, sem levar a saca de alimentos o “Carlinhos da Sé”, ficou feliz contou-me a sua estória da sua saúde, desabafou que não tinha culpa de ser assim, chorou da sua má sorte da sua vida, mas compensou-me esta visita, este senhor, sem pedir nada recebeu-me de braços aberto para conversar comigo. Estava ali a verdade da chamada Caridade. Hoje como Vicentino da minha Conferência, já nos tempos de “fartura” visito um casal e a minha preocupação com eles e a promoção por uma vida melhor. Estou atento, aos movimentos de forma a que um dia possa dizer que a partir dessa altura consiga… com vontade dos próprios, devolver alguma dignidade e respeito que eles merecem e que possam não estar dependentes do pouco que lhe damos que, passem a ser homens e mulheres com direito e deveres a serem olhados como pessoas importantes e independentes. Não é fácil pois é uma família com alguma falta escolaridade, de recursos e falta de empregos; quatro adultos.

          Agora, nesta altura a minha caminhada foi mudando com mais responsabilidades pelas tarefas que exerço num conselho. Escolhi partilhar a pensar contribuir para que os meus caríssimos confrades, também, nos tempos de férias que se aproxima possam fazer uma paragem e pensar como vicentinos; «o que sou hoje como vicentino». São tarefas que estamos “Todos” comprometidos desde o nosso compromisso a Deus, à sociedade, aos pobres. O melhor e mais agradável no conselho é que eu tenho, uma equipa que trabalha comigo sempre disponível, com sentido pelos outros, pelo amor e com caridade que eu sinto a forma das suas decisões, é gratificante. “SVP é que tem a culpa disto tudo…”

          S.V. Paulo não ficará certamente zangado comigo se lhe pedir um favor, mais um; que tenha paciência em me aturar e que também ajude todos os outros vicentinos.

          Hoje debate-se na sociedade o que andamos a fazer dizem; se calhar fazemos uma caridade assistencial, da saca de compras, do ir buscar às sedes. Poderemos ficar só com a distribuição das sacas, e desleixarmos com a visita ao domicilio distribuindo “Afetos”; ouvir, pensar, ajudar, sofrer com eles e dar ideias para que eles se possam libertar da sua condição dependência?... Hoje tenho insisto com escritos e com palavras para que os vicentinos façam o que São Vicente de Paulo e Ozanam nos deixaram: A Visita Domiciliária.

          Eu acredito que existe uma diferença como se faz e o modo como haja um vicentino na Caridade. No espírito do vicentino o serviço ao Pobre é dar-se no serviço de Deus, interagir com os pobres reconhecendo nas pessoas que tem habilidades físicas e mentais suficientes para sair das dificuldades. 

          Recordo uma pequena passagem do filosofo, francês Fabrice Hadjad sobre a condição da mulher como mãe que do seu ventre tem um filho ele dizia: é preciso “Recolocar o Homem no Centro”. ele dizia uma Mãe, ama o seu filho ajudando-o, encaminha-o, tenta colocar o seu filho como homem e mulher no centro ensinando a tomar mais tarde as decisões, dando-lhes a dignidade de pessoa humana.


F.Teixeira