«Somos chamados ao trabalho desde a nossa criação. Ajudar "pessoas em situação de pobreza", deve ser sempre um remédio provisório. O verdadeiro objectivo deveria ser sempre consentir-lhes uma vida digna através do trabalho» Laudato Si: página 88.

sábado, 31 de março de 2018

Fundador dos Irmãos de S.Vicente de Paulo

Jean-Léon Le Prevost nasceu em Caudebec-en-Caux na Normandie no dia 10 de agosto de 1803.
Com a ajuda de Clément Myionnet e Maurice Maignen, fundo o Instituto dos Irmãos de São Vicente de Paulo no dia 3 de março de 1845.
Morreu em Chaville perto de Paris no dia 30 de outubro de 1874.
Foi declarado Venerável pelo Papa João Paulo II no dia 21 de dezembro de 1998.

“É a caridade que suscita tudo ao redor de nós; é ela que desperta as almas, as impulsiona e as unifica. É ela também que nos leva e nos envolve na sua ação. A caridade não fraqueja e não fica no meio da jornada. Uma vez acesa, é preciso que se espalhe, brilhe e leve longe seu calor. Tudo também lhe serve de alimento. Não tenhamos medo, portanto, queridos amigos, não olhemos demais à nossa indignidade, que nos freia frequentemente e nos torna tímidos. A caridade, como a chama, consome e purifica; por ela seremos penetrados, vivificados, por ela seremos transfigurados. Oh! que esse pensamento nos anime e nos console. É a caridade que nos impulsiona e nos pressiona, somos movidos por ela; por ela tão ardente, tão poderosa; por ela, que é força, vontade, amor, amor infinito, amor de Deus!” Carta 177 – 26 de agosto de 1847


sexta-feira, 30 de março de 2018

Como atacar as reais causas da miséria?


Por ocasião da Assembleia Geral Vicentina em Paris, na celebração da fundação dos 15 anos da SSVP, na altura o presidente geral (Adolphe Baudon), que se encontrava em recuperação por ter recebido um tiro durante a Revolução Francesas de 1848 e que depois acabaram de lhe amputar uma das pernas, pediu a António Frederico Ozanam que prepara-se um discurso para ser lida em assembleia o cofundador da SSVP, apresentou o seu pensamento social. Segundo nos conta Renato Lima nas suas crónicas vicentinas, Ozanan aborda vários temas entre ele não se esqueceu do apoio recebido do clero para o crescimento da ação vicentina. Da mesma maneira endereça aos assessores espirituais das Conferências considerando-os fundamentais no dia a dia da SSVP.
Numa parte do texto, Ozanan fala sobre a importância das contribuições económicas das Conferências aos conselhos, afirmando que “quanto mais as doações crescem, mais as atividades vicentinas se multiplicam” permitindo assim, que mais pobres passassem a ser assistidos.
Enfatiza as necessidades dos mais carentes, as contribuições são importantes para o serviço. O desemprego, a fome, o frio e ouras carências são elevadíssimas e elenca no discurso, a caridade nas conferências vai aliviando esses sofrimentos.
Estamos a falar no seculo XIX mesmo assim algumas questões dirigindo-se aos mais jovens recém-ingressados na SSVP, refletindo sobre o papel social empreendido pelos confrades, ele instigava os aspirantes, “como aliviar a miséria sem remover suas causas? ou “como regenerar o mundo e erradicar o mal? Ainda hoje provoca indagações em nossa reflexão mais critica.
Diz mais adiante nesta reflecção espiritual, a importância da esmola. Ozanan foi contundente ao dizer que a esmola é importante e consiste numa ação que deveria ser praticada por todos.  “A esmola não é um direito de ninguém, mas um dever para todos”. Para ele, a justiça social se soma à caridade e as pessoas que têm muito deveriam ser mais generosas com os que tem menos. Na verdade, Ozanam nos diz, nós vicentinos, seremos sempre “devedores dos pobres”, eu preferia também chamar-lhes; “pessoas em situação de pobreza”.
Ozanan antecipando-se à DSI, diria: “É muito pouco aliviar as tristezas dos indigentes. Devemos pôr as mãos nas raízes do mal e por meio de sábias reformas, diminuir as causas reais da miséria, acrescento; encurtando as distâncias dos males.
Eu estou de acordo com os seus pensamentos e para tal basta lembrar em Portugal também alastrar distâncias na pobreza. Dados do INE dezembro de 2015 “Um em cada cinco portugueses é pobre”.
 Mais de 2,2 milhões de pessoas vivem nessa altura, em risco de pobreza, embora com redução de 425 mil pessoas face a 2014.
Existe outro estudo em maio de 2017 que “Quase 2,6 milhões de portugueses vivem em risco de pobreza” Os números no inquérito às Condições de Vida e Rendimentos feitos pelo INE que contou 2,595 milhões de pessoas, entre as quais 487 mil com menos de 18 anos e 468 mil com mais de 65, em ressico de pobreza.
Caros vicentinos, vocês perguntam a si próprios; como é possível este alastrar da pobreza quando vemos e ouvimos quando acompanhamos nas notícias que os capitalismos dos homens de negócios, as suas riquezas passam todas por Empresa_offshore., homens de negócios a contas com a justiça, livres e sem culpa formadas. No entanto, os bancos para poderem vender as suas empresas, “tornando-se numa espécie de adeleiros-de-capitais”, vão rescindindo contratos de trabalho, colocando no desemprego centenas de milhares que depois caem mais tarde nas malhas das instituições da solidariedade ou das suas famílias comprometendo, muitas vezes as fracas reformas dos seus pais.
Como é possível sim falarmos de Doutrina Social da Igreja que, apontam muitos males da sociedade, procurando pôr-se ao lado das pessoas sim, é uma verdade mas, não sai de apontamentos às crises dividindo-as em duas grandes etapas da história: Desde a Encíclica do Papa Leão XIII de maio 1891, passando pelo Concílio Vaticano II 1965 até hoje.
Isto não vai lá com apontamentos de sebentas, mas vai com medidas politicas por políticos sérios e por uma sociedade civil cristã séria, no combate “sem armas”, mas das palavras, da razão. O Cristão do século XXI, tem o dever a obrigação de apontar os caminhos possíveis que se podem ter a sua realização no mercado do trabalho, na família, na educação.
Você o que acha ser necessário como atacar as distâncias das reais causas da pobreza?
O que poderá fazer dia-a-dia no seu bairro por se interessar pela defesa do mundo do trabalho, será com acusações sem apontar metas mesmo que sejam criticáveis.
Como vicentino, o que pretende fazer com os assistidos em acompanha-los e, ajuda-lo para na procura de trabalho ajudando a desensarilhar-se das causas possíveis de pobreza?
Manda-os trabalhar!...

sexta-feira, 23 de março de 2018

ENCURTAR DISTÂNCIAS PARA VENCER DIFICULDADES

CAPITULO III - TRANSFORMAÇÃO VICENTINA

No quotidiano do trabalho vicentino, junto das comunidades carentes, nossos esforços se concentram não só nos benefícios materiais que disponibilizamos aos que sofrem, mas também no apoio psicológico e na promoção espiritual.

Nesta lida, os(as) vicentinos(as) precisam estar constantemente atualizados e preparados para os desafios que se apresentam e que se tornaram cada vez mais complicados na medida em que a sociedade civil tem ficado mais complexa no mundo globalizado

Diante deste cenário, é preciso que os vicentinos cumpram com o seu papel social e institucional de serem a "ponte” entre os que sofrem e os que nos pedem ajuda, o “elo” entre afortunados e vulneráveis, o “ponto de cruzamento” entre quem pode oferecer muito e os que não têm nada. Ou seja, nós, vicentino(a)s, existimos para encurtar as distâncias e ajudar as pessoas em situação de pobreza a vencer as dificuldades da vida. Sem essa característica, estaremos realizando um “activismo cosmético”, que não enfrenta as raízes da exclusão, do preconceito e da miséria.

As Conferências Vicentinas precisam actuar com eficiência para vencer as dificuldades entre as classes sociais, buscando reduzir o abismo entre ricos e pessoas em situação de pobreza (material e espiritualmente falando). Encurtar essas distâncias significa criar um mundo mais justo, mais fraterno e solidário, em que todos são iguais, com as mesmas oportunidades de trabalho, acesso à educação e à saúde. Será que temos ajudado as famílias carentes a vencerem essa distância social? Temos facilitado esse difícil esforço, aplainando os caminhos e eliminando alguns empecilhos?

Outra distância a ser vencida é a da injustiça. Ozanam, sociólogo e pensador do século XIX, co-fundador da S.S.V.P., não só abordava bem esse assunto (é considerado, inclusive, por seus estudos e ideias, um dos precursores da Doutrina Social da Igreja-DSI), como também sempre refletiu sobre as causas e as consequências da pobreza. Ajudar os assistidos a obter um benefício social do governo – a que eles têm direito, mas são desinformados – é um trabalho bastante meritório a ser desempenhado pelas Conferências. Seguro, desemprego, bolsa, família, cultura, benefício de ação continuada, entre tantos programas sociais, a) poderão atingir mais famílias se os vicentinos(a)s cumprirem bem com essas tarefas de identificar os necessitados e orientá-los a obterem tais benefícios. Temos agido assim, ou nos limitamos a entregar cestos básicos?

Uma terceira e importante barreira a ser vencida é acabar com a apatia e o desânimo que, não raro, rondam os ambientes das famílias assistidas e que podem impedir que um aconselhamento ou uma palavra amiga sejam frutíferos. Levantar o moral do carente, ajudá-lo a vencer o ciclo da miséria, resgatar a força da Igreja no seio daquela família mais necessitada e inseri-la na vida profissional são alguns exemplos de medidas que as Conferências podem fazer para melhorar a situação, bastante agravada pelo desemprego e falta de perspectivas. E isso só se consegue com muita dedicação, carinho, perseverança e, acima de tudo, confiança nas pessoas.

Contudo, para mim, a maior distância a ser vencida é de apenas 70 centímetros. Vou explicar-me. É a distância entre a nossa cabeça (cérebro) e nosso coração. Se conseguirmos mobilizar as pessoas ao nosso redor, compadecendo-as e estimulando-as a prestarem serviços voluntários a quem mais sofre, aí sim estaremos transformando a Terra e servindo efectivamente as pessoas em situação de pobreza, como Jesus Cristo nos pediu, serão eles que abrirão as portas do paraíso para nós (Mt 25,46). Esses 70 centímetros são cruciais para mudar o mundo.

Temos agido como “ponte” para os assistidos chegarem ao destino final (promoção humana) ou actuamos como meros “atravessadores” de bens materiais?
a)       EAPN-Portugal   

CRÓNICAS VICENTINAS IV  -  Renato Lima de Oliveira - CGI

terça-feira, 20 de março de 2018

Assistir aos pobres é mais que lhes dar pão

Uma reflexão semanal com Ozanam
A assistência humilha quando atende o homem só em suas necessidades físicas, quando não se preocupa mais dos sofrimentos da carne, do grito de fome e de frio, do que da lástima, o que se vê até nos animais.
A assistência humilha quando não há reciprocidade. Mas a assistência honra quando considera o homem em sua parte superior e se ocupa, em primeiro lugar, da alma, da sua educação religiosa, moral e política, de tudo o que o faz livre de suas paixões e de uma parte de suas necessidades, de tudo o que o faz livre e que o pode fazer grande.
A assistência honra quando, ao pão que alimenta, se adiciona a visita que consola. […]. Quando trata o pobre com respeito, e não só como um igual, mas como um superior, pois sofre como talvez nós não seríamos capazes de suportar; quando o trata como um enviado de Deus para provar nossa justiça e nossa caridade, para salvar-nos por nossas obras. Então, a assistência se faz honrosa, porque pode converter-se em algo mútuo, porque todo homem que hoje oferece uma palavra, um parecer, um consolo, pode ter necessidade do mesmo amanhã.
"A assistência que humilha e a que honra"
(Frederico Ozanam artigo no jornal L'Ere Nouvelle, 1848).                                                         


Reflexão:
1. Se fazemos a leitura deste texto no século 21, na nossa Família Vicentina actual, em seguida podemos relacioná-lo com a Doutrina Social da Igreja e com algumas formas de trabalhar, como vamos nos acostumando nós vicentinos, como é o caso da mudança sistémica. Mas não esqueçamos que este texto foi escrito há quase 170 anos, e então a realidade social e eclesial era muito diferente. A Doutrina Social da Igreja não existia como tal (propriamente, a expressão “doutrina social”, foi usada pela primeira vez por Pio XI, na sua encíclica Quadragésimo ano, de 1931, quem cita seu predecessor Leão XIII e sua encíclica Rerum novarum, publicada em 1891, ainda que reconhece que a preocupação pelos problemas económicos e sociais é anterior à Rerum novarum), e noções como a mudança sistémica eram absolutamente desconhecidas. Dizemos, e dizemos bem, que Frederico Ozanam foi um predecessor da Doutrina Social.
2. Frederico expõe um aproximadamente holístico ao pobre. Essa palavra estranha e pouco habitual quer dizer uma visão em sua totalidade. Ou seja, Frederico nos convida a uma aproximação ao pobre em seu ser pleno, em todas as suas necessidades vitais, não apenas as meramente de sobrevivência. E com isso busca a libertação integral da pessoa que é pobre: “de tudo o que i faz livre e o que o pode
fazer grande”. Nós vicentinos estamos chamados a buscar essa aproximação holística em nosso encontro com o pobre. Realizar um mero trabalho assistencialista seria trair nosso carisma e espírito. Nosso trabalho e nosso carisma é libertar a pessoa humana para que ela seja protagonista de sua própria história e possa realizar-se e ser membro activo na sociedade.
3. Mas esse trabalho não é unidirecional. Os pobres nos dão – e “nos evangelizam”, como dizia São Vicente de Paulo – muito mais que nós somos capazes de oferecer-lhes. Frederico tem claro a “eminente dignidade do pobre” e diz, com outras palavras, o que nós vicentinos recebemos do carisma de Vicente de Paulo: que os pobres são nossos mestres e senhores, que eles são sacramentos de Cristo vivo e sofredor no nosso mundo. Termina Ozanam dizendo que, quando tratamos o pobre
com respeito e sabendo que são “enviados de Deus”, então a assistência se faz honrosa, porque pode converter-se em algo mútulo, porque todo homem que hoje oferece uma palavra, um parecer, um consolo, pode ter a necessidade do mesmo amanhã”. Isto é: nossa ajuda se faz de acordo com os desejos de Deus e somos construtores de um Reino onde a fraternidade é uma das principais prioridades: “O que quiser ser o primeiro, que se faça servidor de todos”. (Mc 10, 44).

Questões para o diálogo:
1. Como é o nosso conhecimento da Doutrina Social da Igreja? Suficiente ou insuficiente? Está presente a Doutrina Social da Igreja em nosso ser e atuar vicentino?
2. Buscamos a libertação plena e duradoura dos pobres a quem servimos?
Contentamo-nos com o imediato e relegamos o permanente na assistência aos pobres?
3. Trabalhamos para que os pobres sejam protagonistas de sua própria libertação?
Estamos implementando a mudança sistêmica em nossos ministérios?
4. Os pobres me evangelizam? Os pobres transformam minha vida? Como isso se nota
em minha vida?
5. São realmente os pobres nossa prioridade absoluta no carisma vicentino, ou nos deixamos desviar por outros aspectos “mais superficiais” em nossa vida cristã?

quarta-feira, 14 de março de 2018

“ O stress da pobreza e o papel do vicentino como defensor ”


Quando realizamos a nossa visita a uma família que lhe chamaria "família em situação de pobreza", verificamos que a pressa é muita em nos despacharmos "talvez para não ser maçador ou porque nos deixamos enrolar pela pressa diária ou ainda deixamo-nos dominar pelo stress”. Mas a questão não é tanto a nossa pressa, o virar costas mas, há outra causa que é o de tentarmos resolver uma situação ou várias situações de injustiça. 
Nas visitas, em muitos casos, verificamos que existem diversas necessidades e aí talvez precisássemos de fazer uma paragem quando nos apercebemos que temos um caso difícil para resolver. Podemos pedir ajuda - porque não entrar numa igreja em silêncio apresentar o problema e deixar que Deus nos fale? Talvez consigamos encontrar uma solução. Esta confiança total em Deus é espelho da nossa fé. Se é pouca não fazemos essa paragem para deixar que Deus ilumine a nossa mente e nos guie. Às vezes a vontade de ajudar pode ser tanta, que nos esquecemos de colocar Deus no centro dos nossos actos.
Se fizermos a experiência de pararmos, fazer como nos deixou na sua mensagem aos vicentinos recentemente o Papa Francisco – “Ver, Julgar e Agir” – ficaremos melhor preparados para a nossa missão. E como disse o fundador da Sociedade S. Vicente Paulo o beato Frederico Ozanam, que reconheceu, implicitamente, que a pobreza não era uma questão simples quando nos dizia: «não devemos contentar em afastar as "pessoas em situação de pobreza". Frederico, especificamente, exortou, no seu tempo, e que podemos transportar para o presente século, que devemos «estudar a sua condição e as injustiças que provocam tal pobreza, com o objetivo de uma melhoria a longo prazo», veremos a imensidão de perspectivas de trabalho dos vicentinos.
Os nossos melhores-amigos, ou os Pobres, (palavra que se devia optar por deixar cair por terra pelo abuso da palavra) são como nós. Pobreza sim, porque pobres somos todos nós, porque como servos de Jesus Cristo deveríamos identificarmo-nos com Ele e viver na Pobreza.
Algumas pesquisas na internet em vários estudos, apontam que o «stress acumulado da pobreza», é a causa ou a razão pela qual as famílias na pobreza tendem a permanecer na pobreza. Jack Shonoff Professor da Universidade de Harvard, de Saúde Infantil e Desenvolvimento, escreve uma extensa pesquisa sobre a biologia de stress e mostra que o desenvolvimento saudável da criança pode ser descarrilado por ativação excessiva ou prolongada de sistemas de respostas ao stress no corpo e no cérebro. Esse stress tóxico pode ter efeitos prejudiciais sobre a aprendizagem, o comportamento é a saúde ao longo da vida. Deixo acesso através de um link a seguir sobre este problema de: stress tóxico para consulta).
 Mas não queria deixar de referir aos queridos vicentinos, numa primeira fase de ideias - o que podemos fazer para diminuir a pressão sobre o combate à pobreza?
 Quais são os meios de aceitação por parte de alguns setores da sociedade para colocar o problema em cima da mesa e discutir!
Da nossa parte, o conselho, entendemos que o acesso à informação pode ajudar-nos no estudo que assenta em três princípios: parar para pensar; rezar a Deus que nos dê discernimento de ideias, no coletivo, no nosso meio, na comunidade onde estamos inseridos e passarmos a Ação. Passar à ação é o passo mais difícil, mas não pode ser de outra maneira e só é possível “atuar” se for na forma de equipe, não de forma isolada Tenho tido algumas vezes dificuldade em “Desempacotar a visita ao domicílio” e  devemos, sempre,  “IR” a dois. Lembremo-nos como fazia Jesus Cristo quando calcorreava as terras áridas, para chegar a todos.

Jesus tinha uma visão revolucionária para o seu tempo: «nunca ia sozinho» ia sempre acompanhado. Nós vamos muitas vezes sós e muitas vezes não anotamos os problemas, as duvidas, as tristezas as alegrias que nos deixam os nosso melhores-amigos.

quarta-feira, 7 de março de 2018

"Divórcio Judeu os Pais e Filhos de hoje"

No mês passado encontrei uma estória em que o Papa Francisco visita um doente num hospital e dei-lhe o nome de: «dialogo-de-jesus-com-o-leproso». A estoria contada surgiu numa publicação diária desta feita, teve haver com o Evangelho de Domingo dia 11 de fevereiro: Evangelho de São Marcos (Mc 1, 40-45). 
Agora conto-vos esta estória pelo seu conteúdo será identica à anterior mas desta vez, tem mais haver com um Judeu que decide alarmar os filhos provocando em todos eles a necessidade de irem a correr visitar os pais.  
Uma estória, não sei se é verídica mas mostra como bom exemplo nos dias de hoje nas famílias emigrantes. Mas não é preciso recorrermos aos emigrantesinfelizmente temos por cá, em Portugal, filhos que vivem quase em paredes meias ou de meia dúzia de kns entre os filhos e os pais não vão visitar. 
O mais difícil de entender é filhos que tem um pai ou uma mãe numa cama por doença ou por idade avançada e não vão visita-los.
Para nos vicentinos devemos ter alguma atenção e devemos reflectir estes casos. Muitas vezes não será facil de intervir (corre-se o risco de intervir nas decisões de escolhas dos filhos) mas com a calma necessária e temente a Deus, sendo possível deixar uma mensagem a algum deles «que uma mãe teve nove meses para gerir um filho, teve estas anos todos paciência para os acolher, atura-los e ouvir e, os filhos não tem um dia por semana para visitar um pai ou uma mãe.» 

Divórcio judeu!
                                   
Uma delícia!
Na antevéspera do Ano Novo Judaico, Boris Sylberstein, patriarca judeu e a mulher, Sara, moradores num Kibutz perto de Telavive, visitam um dos seus filhos na capital de Israel:
Diz o pai: - Jacobzinho, odeio ter que te estragar o dia, mas o Pai precisa de te dizer que a Mãe e eu nos vamos separar, depois destes 45 anos!
Filho: - O Pai enlouqueceu! O que é que está a dizer? ─ grita Jacob.
─ Já não conseguimos sequer olhar um para o outro. Vamos separar-nos e acabou-se! Liga à tua irmã Raquel a contar.
Apavorado, o rapaz liga para a irmã, que vive em Viena e conta-lhe a terrível notícia.
Raquel fica em estado de choque, ao telefone:
─ Os nossos pais não podem separar-se de maneira nenhuma! Chama já o Pai ao telefone!
O ancião atende e a filha balbucia na maior emoção:
─ Não façam nada até nós chegarmos aí amanhã, ouviu? Vou telefonar também ao Moisés para São Paulo, ao Salomão para Buenos Aires e à Ester para Nova Iorque e amanhã à noite estaremos aí todos. Ouviu bem Pai?
Desliga, sem esperar pela resposta do Pai. O velho pousa o auscultador no descanso, vira-se para a mulher e, sem que Jacob ouça, diz-lhe em voz baixa
─ Pronto, Sara, vêm todos para a Ano Novo. Só que, desta vez, não temos de pagar as passagens…!